domingo, 21 de março de 2010

Mestre Naidê Pereira vence o medo e o resultado é maravilhoso

No magistério há 22 anos, a educadora Naidê Abbade Lemos Pereira relata como superou o medo e começou as aulas do projeto Cientistas do Amanhã nas turmas de 3º e 5º anos das quais é regente, na Escola Municipal Fernando Maximiliano (Santíssimo, Zona Oeste do Rio), da 8ª Coordenadoria Regional de Educação.
"A princípio levei um susto, quando a minha diretora, Jaqueline, durante a reunião nos contou sobre o projeto e as experiências que deveríamos fazer com os alunos, inclusive de manipular minhocas. Eca, que horror! Então, uma mistura de raiva, medo do desconhecido e do novo tomou conta de mim.
Passou o recesso e o material chegou, com isso deveríamos conferi-lo e organizá-lo no armário. Nesse momento, a coisa ficou feia, pois eu tinha que verificar a quantidade dos materiais, guardar no armário e, ao mesmo tempo, dar aula. Eu quase enlouqueci. Mas, conforme eu ia conferindo e separando, as crianças começaram a ficar curiosas e iam questionando: 'O que é isso? Quando vamos usar?' Foram tantas perguntas, que eu comecei a me questionar: 'Por que não trabalhar com o material logo?' Por que não acabar com essa curiosidade?
Nossa, que medo me deu! Mas fui em frente, logo na primeira aula me surpreendi com a participação e a alegria das crianças durante a aula! O brilho que vinha dos olhinhos me emocionou! Trabalho com dois temas diferentes, que são "Solo" e "Terra, Sol e Lua". As duas turmas estão sempre integradas pelas experiências que ficam na sala de aula e isso é muito legal! E, acredite, na aula de compostagem, eu manipulei as minhocas sem medo e nojo.
Hoje, meus alunos contam os dias para as aulas de ciências, isso não é legal? A cada aula, me sinto mais fortalecida nesta profissão que amo! Sou professora há 22 anos, tenho 45 anos de idade e estou encantada pelos resultados que consigo! Realmente só lamento não ter tempo para estudar os livros com calma e planejar as aulas com mais carinho e atenção, pois essas são diferentes pra eles e pra mim! Essas experiências vão me levar a loucura, mas qual professor não é um 'louco'?"


Obrigado, Professora Naidê, que - na lição compartilhada - nos fez pensar sobre uma frase do Guimarães Rosa: 'Mestre não é quem ensina, mas quem de repente aprende'. E você nos confirmou que, a todo instante, estamos aprendendo: com o Tutor, com os alunos, com nossas próprias expectativas e vivências...

Confesso que o medo e a raiva foram muito fortes; até disse para a diretora que não utilizaria o material do projeto, pois já tinha muitas cobranças e não conseguiria dar todos os conteúdos programados para os períodos seguintes. Mesmo assim, participei do vídeo-conferência e do curso antes do recesso de julho, revoltada com a obrigatoriedade do curso! Durante o curso, no entanto, sobre o tema 'Terra, Sol e Lua', fui desarmada com a simpatia da Tutora que conduziu a oficina.
Não somos proprietários do conhecimento, somos professores articuladores de conhecimentos, mobilizados por nossas dúvidas, pela curiosidade e pela alegria de aprender de nossos alunos.
E o bom das experiências com as ciências é que todos querem sempre saber mais. Por isso tantos olhinhos de felicidade com as descobertas, que - num ambiente de construção - é recíproco entre educandos e educadores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns colega! Tive a oportunidade de ver um pouco do seu trabalho, e observei que os alunos vivenciam mesmo as experiências e ficam muito curiosos e felizes ao verem os resultados! O desafio de ensinar é tão gratificante qto ver os nossos alunos felizes, continue sempre assim e sempre nossos alunos estarão com os olhinhos brilhando!!! Parabéns!!! Sidiclei Coelho

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